quinta-feira, 12 de novembro de 2009

EMPATOU, EMPACOU E CAIU


Charge de hoje da "Foha de Pernambuco Digital" de 12/11/2009

O Sport é o primeiro rebaixado da elite para a Série B de 2010. O rubro-negro pernambucano empatou por 2 a 2 com o Palmeiras, ontem à noite, no Palestra Itália. Com 30 pontos, o Leão da Ilha tem três jogos ainda por cumprir, mas não alcança Botafogo e Coritiba – os primeiros fora da zona de risco -, ambos com 41 pontos e com quatro jogos por disputar.

DE VOLTA PRO ACONCHEGO
O que é visto como um amargo regresso, ser rebaixado da Série A do Brasileiro para a “Segundona” é um alento para este blog. A competição ganhou outros contornos após a sábia compreensão da cartolagem de que os “grandes” poderiam cair, tal qual já acontece há muito tempo na Europa.
A Série B – com pontos corridos desde 2006 – e reestruturada após a Copa João Havelange (2000), teve de lá pra cá a participação ilustre de ex-campeões brasileiros, da Copa do Brasil, da Libertadores e de Mundiais. As cotas de televisão e patrocínio tiveram suas participações valorizadas e o público apresenta alta média nos estádios. E além, é claro, da ousadia de alguns – feito este blogueiro - em dedicar um espaço para o campeonato.

PENSANDO BEM...
... rebaixamento é o que consideramos “tempo”. Quem cai “dá um tempo”. E o resultado é satisfatório, com um retorno de “gente grande” (isso para quem reflete, avalia e se recicla)

HUMILHAÇÃO?
Ninguém se rebaixa. Assume! Dá um tempo. E se tem qualidade, volta!

OS 7 PECADOS CAPITAIS
A equipe do diariodepernambuco.com.br e do pernambuco.com preparou um balanço sobre a triste caminhada rubro-negra no Brasileirão. O informativo de Recife apontou também os dez jogos que foram a marca do desastre do Leão da Ilha. O “noticiadesegunda” apresenta, na íntegra, o levantamento dos sete erros que devolveram o Sport para a Série B.

1 - Trauma da Libertadores
Absorver a traumatizante eliminação da Libertadores era o primeiro passo para espantar o fantasma do rebaixamento. Um ano antes, o Fluminense tinha deixado o exemplo a não ser seguido. Ao se abater pela derrota na final do torneio continental, contra a LDU, no Maracanã , o Tricolor penou o resto da temporada. Por pouco não caiu para a Série B. O Sport parece não ter visto o sinal de alerta.

2- – Nelsinho x Paulo Baier
O trauma da Libertadores abriu feridas dentro do grupo. A maior delas resultou no atrito entre o técnico Nelsinho Batista e o meia Paulo Baier. Desentendimento que tomou proporções homéricas, culminando na saída de ambos. Chegava ao fim a vitoriosa “Era Nelsinho”, representada dois títulos estaduais e a conquista da Copa do Brasil.

3 – Falta de reforços
Apesar do atrito com Paulo Baier, o principal motivo para Nelsinho entregar o cargo foi a falta de contratações. Enfeitiçada pela boa participação do Sport em competições de caráter eliminatório, como a Copa do Brasil e a Libertadores, a diretoria rubro-negra abriu mão de reforçar o elenco. No decorrer do Brasileirão, porém, as carências do grupo foram expostas. Depois de dizer que não tinha recursos para fazer grandes investimentos, soou como incoerência as contratações da Era Chamusca, quando o presidente resolveu abrir o cofre e trazer jogadores a peso de ouro. Caso do meia-atacante Paulinho, por exemplo.

4 - Troca de treinadores
Quatro técnicos comandaram o Sport no Brasileirão: Nelsinho Batista, Emerson Leão, Péricles Chamusca e o tampão Levi Gomes, que assumiu o time em três momentos (logo após a saída dos três citados). Sem uma sequência de trabalho, o elenco ficou a mercê dos distintos métodos. O desastre em termos de pontuação veio na reta final do primeiro turno: foram apenas dois pontos em nove jogos, sendo quatro derrotas consecutivas de Levi depois da saída de Leão.

5 – Erros de finalização
A arte de perder gols foi uma característica do time rubro-negro. Não foram poucas as ocasiões em que o Sport chegou a jogar de igual para igual, ou por vezes até melhor que o adversário, mas saiu de campo derrotado. Como de costume, faltou um homem-gol. Custou muito caro as chances desperdiçadas. Na prática, pontos decisivos para confirmar o rebaixamento.

6 - Crise política
Na medida em que os maus resultados se sucederam, o ambiente político do clube foi se desgastando. Primeiro, vieram os protestos das arquibancadas contra a gestão do presidente Sílvio Guimarães. Depois, dirigentes destituídos dos cargos. O grande símbolo da turbulência foi o afastamento do presidente do conselho deliberativo, Milton Bivar. O vice de futebol, Guilherme Beltrão e o diretor Álvaro Figueira foram outros a sair. Ampliaram a lista o vice-presidente de marketing, Carlos Frederico, e Augusto Carreras, substituto de Beltrão.

7 – Pífio desempenho fora de casa
Seis míseros pontos foi o saldo do Sport longe da Ilha do Retiro. Todos conquistados a conta gotas, em seis empates. O time rubro-negro não foi capaz de vencer um jogo sequer fora de casa. Aproveitamento deprimente de apenas 11,8%. Em alguns jogos, a vitória esteve próxima. Chances desperdiçadas contra Botafogo, Atlético-MG, Goiás e Avaí. Pontos valiosos foram pelo ralo.

POR QUE CAIU?
Em 35 jogos nenhuma vitória fora de casa. O máximo que conseguiu fora de seus domínios foram sete empates. No total a campanha foi de sete vitórias, dez empates e 18 derrotas. Em casa perdeu sete vezes (duas por virada). Um pífio “aproveitamento” de 29%, com 47 gols marcados e 62 contra suas próprias redes.